Vapes não são inofensivos, alerta Sesa
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), mais conhecidos porquê cigarros eletrônicos ou vapes, tornaram-se populares nos últimos anos entre os jovens – um tópico importante a ser evidenciado neste Dia Pátrio Antitabagismo (29).
Embora possa não parecer, esses dispositivos também são derivados do tabaco e, portanto, estão diretamente ligados ao tabagismo, uma doença crônica causada pela obediência da nicotina encontrada em produtos à base de tabaco. Nesse contexto, a Secretaria de Saúde (Sesa) emitiu alertas sobre os riscos à saúde que esses dispositivos podem oferecer.
Dentre os alertas, um dos mais importantes é saber que, no Brasil, são proibidas a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte, muito porquê a propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar. Aliás, em atualização feita neste ano pela Escritório Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Solução da Diretoria Colegiada RDC nº 855, também é proibido o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambientes coletivos fechados.
Outro alerta é que o uso do cigarro eletrônico pode ser uma porta de ingressão atrativa para o início do uso de outras formas de tabaco e levar à obediência, porquê aponta a pneumologista Kristiane Rocha Moreira Soneghet, do Núcleo Regional de Especialidades Metropolitanas (CRE).
“Esses dispositivos têm um claro nível de nicotina e podem levar a outras formas de fumar, o que pode manter o vício, além do olor encantador, que ajuda a manter o hábito.”disse o pneumologista.
Segundo o médico, embora os cigarros eletrônicos tenham se popularizado entre os jovens, principalmente pelos sabores e odores atrativos, diferentes dos cigarros comuns, é importante que a sociedade porquê um todo permaneça vigilante, pois, ao contrário do que muitos acreditam, eles podem provocar problemas de saúde.
“Essa teoria que muitos acreditam dificulta a conscientização sobre os efeitos nocivos, tornando os usuários mais resistentes a deixar o hábito de fumar cigarros eletrônicos. Mas é importante saber que a maioria dos cigarros eletrônicos contém nicotina. E mesmo aqueles sem nicotina têm fatores nocivos, porquê o vapor, que não é só chuva, e essas substâncias são irritantes quando em contato direto com um órgão, no caso as vias aéreas e/ou pulmões, podendo variar desde irritação das vias aéreas com sintomas de tosse e bronquite, até casos graves de inflamação aguda, levando à insuficiência respiratória, porquê a EVALI.”explicou Kristiane Rocha Moreira Soneghet.
EVALI é uma Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico, um problema respiratório grave associado ao uso de cigarros eletrônicos ou vaporizadores, e que, em alguns casos, pode levar à insuficiência respiratória, com premência de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Além da EVALI, outras condições estão diretamente ligadas à exposição à fumaça do cigarro, desde irritação da mucosa nasal, levando à rinite e tosse, até descompensação de doenças já existentes, porquê asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
“Há também os perigos associados às doenças cardiovasculares, doenças coronárias que podem levar ao infarto do miocárdio e doenças circulatórias periféricas, porquê a trombose. E não podemos olvidar do cancro, pois tanto os cigarros convencionais quanto os eletrônicos contêm substâncias com potencial cancerígeno.”informou o pneumologista.
Conformidade com a lei
Os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil pela Anvisa desde 2009, além de revisões periódicas sobre o ponto realizadas pelo órgão sanitário. No entanto, mesmo com a proibição, os dispositivos foram se popularizando ao longo dos anos em todo o país.
No Brasil, a fabricação, importação, venda, distribuição, armazenamento e transporte, muito porquê a propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar, DEFs, são proibidos. Há também a proibição do uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambientes coletivos fechados.
No Espírito Santo, a Vigilância Sanitária Estadual (VISA), da Secretaria de Saúde (Sesa), em conjunto com outros órgãos, porquê o Instituto Estadual de Proteção e Resguardo do Consumidor (Procon), Delegacia do Consumidor, Ministério Público Estadual (MPES), tem o papel de estribar os municípios na fiscalização desses materiais para prometer o cumprimento da lei, além de capacitá-los para promover ações educativas aos cidadãos, mormente os jovens, fita etária em que se concentra o maior número de usuários.
Aliás, as denúncias podem ser feitas pelos canais da Ouvidoria do SUS, pelo e-mail (email protected); pelos telefones (27) 3347-5732 ou 3347-5733, de segunda a sexta, das 8h às 18h; ou pessoalmente na sede da Secretaria de Saúde, na Enseada do Suá, em Vitória, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Além desses canais, o cidadão também pode fazer uma denúncia pelo Sistema E-OUV, da Ouvidoria Universal do Estado, por meio deste link
Sobre fumar
A Secretaria de Saúde (Sesa) oferece tratamento à população fumante, com o Programa Estadual de Controle do Tabagismo, que procura reduzir os casos de tabagismo, com a capacitação dos municípios para a implementação do programa e suporte na realização de campanhas educativas e ações de conscientização para incentivar a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis.
O tratamento é oferecido em 57 municípios, por meio de equipes multidisciplinares. O comitiva é feito por meio de abordagem cognitivo-comportamental. O usuário passa por uma avaliação clínica que verifica o nível de obediência e, posteriormente, é inserido em um grupo de suporte.
Em 2023, o programa registrou um totalidade de 4.578 pacientes que buscaram e iniciaram tratamento. Destes, 2.267 pacientes eram homens e 2.311 eram mulheres. Em relação à fita etária dos pacientes, foram registrados 70 pacientes menores de 18 anos, 3.400 pacientes na fita etária de 18 a 59 anos e 1.108 pacientes com 60 anos ou mais.
Neste ano, até esta quarta-feira (28), foram registrados um totalidade de 1.614 pacientes que procuraram e iniciaram tratamento, sendo 841 homens e 773 mulheres. Em relação à fita etária dos pacientes, foram registrados 14 pacientes menores de 18 anos, 1.178 pacientes na fita etária de 18 a 59 anos e 422 pacientes com 60 anos ou mais.
Para iniciar o tratamento, o usuário de tabaco e derivados pode entrar em contato com a Secretaria de Saúde do seu município. Ele será direcionado para as Unidades de Saúde que oferecem o serviço mais próximas de sua residência.
Os fumantes também podem solicitar informações sobre os serviços ligando para o Programa Estadual de Controle do Tabaco: (27) 3636-8206, que funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, ou enviando um e-mail para (email protected).
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