Espírito Santo investiga morte suspeita de Febre Oropouche
A Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) investiga, desde setembro deste ano, um óbito suspeito de Febre Oropouche, doença transmitida pelo mosquito maruim.
De tratado com o último boletim da doença, divulgado no dia 17 de outubro, o estado já confirmou 507 casos de Febre Oropouche. A cidade onde foi registrada a morte não foi divulgada.
As cidades capixabas onde a doença foi registrada em pacientes são: Afonso Cláudio (2), Alfredo Chaves (4), Anchieta (63), Aracruz (1), Inferior Guandu (2), Brejetuba (1), Cachoeiro de Itapemirim (1), Colatina (50), Fundão (19), Governador Lindenberg (7), Guaçuí (1), Guarapari (1), Ibatiba (1), Ibiraçu (22), Iconha (12), Itaguaçu (37), Laranja da Terreno (118), Linhares (8), Marilândia (5), Mimoso do Sul (11), Pedro Canário (1), Piúma (1), Rio Bananal (76), Santa Maria de Jetibá (4), Santa Teresa (3), São Gabriel da Palha (22), Serra (3), Sooretama (5), Vila Pavão (4), Vila Valério (8), Vila Velha (5) e Vitória (9).
Segundo o professor do Departamento de Patologia do Núcleo de Ciências da Saúde (CCS) da Ufes Edson Delatorre, a doença costumava permanecer restrita à região amazônica, porém, no início de 2024, o vírus se espalhou por vários países e por todas as regiões do mundo. Brasil.
Acredita-se que a versão que causou a disseminação tenha surgido entre 2010 e 2014 na região mediano do Amazonas, devido a um rearranjo genético. Os primeiros casos foram detectados na cidade de Tefé (AM) em 2015 e, posteriormente, na Guiana Francesa, em 2020, sugerindo uma propagação silenciosa ao longo dos anos.
O contexto da doença no Espírito Santo é investigado por pesquisadores da Ufes. Segundo análises, muitos pacientes capixabas que tiveram a doença não relataram viajar para regiões endêmicas, o que indica que o vírus já circula localmente no estado, e não exclusivamente por meio de introduções externas.
“Recentemente, o Ministério da Saúde confirmou as primeiras mortes atribuídas à febre Oropouche no Brasil, com dois casos registrados no interno da Bahia, envolvendo mulheres jovens sem comorbidades anteriores. Houve também um óbito fetal por transmissão vertical do vírus (quando passa da mãe para o feto durante a gravidez). Outros oito casos de transmissão vertical estão em investigação. Estas podem estar associadas a outras manifestações graves, porquê malformações congênitas. Atualmente há um caso de morte em investigação no Espírito Santo. Tudo isto reforça a premência de medidas constantes de vigilância e controlo para evitar a propagação da doença no país”, diz Delatorre.
Sintomas e prevenção
Os sintomas da Febre Oropouche são muito semelhantes aos da Dengue. Eles duram entre dois e sete dias e incluem febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dores nas costas e na região lombar e dores nas articulações. Também pode ter tosse, tontura, dor detrás dos olhos, erupções cutâneas, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e séquito médico.
A principal medida preventiva é evitar a exposição ao inseto. Porém, o pesquisador da Ufes alerta que repelentes e inseticidas convencionais não são tão eficazes contra o maruim. Outra dificuldade é que esse mosquito consegue passar pelas telas convencionais por ser muito pequeno. Por isso, recomenda-se utilizar malhas ultrafinas ou até mesmo fechar completamente portas e janelas. Outra selecção é expelir os criadouros da espécie, que incluem águas estagnadas e ricas em material orgânica.
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