Brasil registra 1.177 feminicídios em 2025 e recebe 2 milénio denúncias de violência por dia
A ministra da Mulher, Márcia Lopes, afirmou nesta quarta-feira (3) que a violência de gênero não pode ser naturalizada e revelou que o Brasil já registrou 1.177 casos de feminicídio só no ano de 2025. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o dirigente do ministério descreveu os números uma vez que “terríveis” e destacou que a médio de atendimento da Ligue 180 tem recebido murado de 2 milénio denúncias por dia, que vão de agressões físicas a estupros. até violência patrimonial e política.
Segundo os dados apresentados pelo ministro, o cenário novo reflecte uma prosseguimento da violência observada no ano anterior. Em 2024, foram registrados 1.492 feminicídios e mais de 3.800 tentativas de homicídio contra mulheres. Para Márcia Lopes, essas estatísticas são revérbero de uma construção histórica baseada no machismo e na misoginia, que acaba incorporando a agressão uma vez que um ato normal nas relações.
“É incrível essa cultura, que quase incorpora a violência uma vez que um ato normal de um relacionamento. Não conseguiremos naturalizar essa situação, pois ela acaba fazendo segmento da sociedade com o passar dos anos”, declarou o ministro.
A percepção da violência e dos casos emblemáticos
Para ilustrar a sisudez da naturalização da violência doméstica, o ministro citou informações compartilhadas pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federalista (STF), durante seminário realizado também nesta quarta. Segundo o relatório, os agressores chegam a questionar os juízes sobre se a violência cometida dentro de mansão constitui violação, demonstrando a crença de que atos ilícitos só ocorreriam “na rua”.
Lopes também mencionou o caso de Juliana Soares, moradora do Rio Grande do Setentrião. Vítima de um relacionamento tenso que durou dois anos, Juliana sofreu graves ataques que resultaram em 61 socos, colocação de sete placas de titânio e 31 parafusos no rosto. Atualmente, a vítima trabalha uma vez que ativista pelas causas femininas. “Ela sempre apostou que iria melhorar” disse a ministra ao relatar a conversa que teve com a sobrevivente.
Mobilização vernáculo e papel dos municípios
A estratégia do governo federalista para sustar a propagação da violência envolve coordenação direta com estados e municípios. Nos últimos seis meses, Márcia Lopes visitou 18 estados para conversar com governadores e prefeitos. O objetivo é que a agenda seja debatida diariamente pelas administrações locais, envolvendo escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Câmaras Municipais e igrejas.
“Se todos os gestores falassem todos os dias neste município, isso mudaria muita coisa”, avaliou o ministro. Ele reforçou que o combate à violência exige entender o que acontece com os homens nessas situações e tratar o problema uma vez que uma responsabilidade de toda a sociedade.
Nesse sentido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu, em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira no Ceará, a liderar um movimento de homens pelo término da violência. “Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, de 80 anos, liderarei o movimento dos homens que servem neste país para que possamos tutorar as mulheres brasileiras”, disse o presidente.
Fortalecimento da Ligue 180 e ações intersetoriais
O Ministério da Mulher informou ter investido 85 milhões de reais na renovação da Liga 180. O núcleo, agora individual para mulheres, conta com 350 operadoras treinadas para o serviço. Houve um aumento de 20% no atendimento e o sistema funciona com garantia de sigilo e fala imediata com delegacias e Ministério Público.
Além de fortalecer o meio de denúncias, o departamento está comprometido com a transversalidade das políticas públicas. O ministro destacou alianças com o Ministério da Instrução para incluir o tema da violência nos currículos escolares e universitários, além de protocolo firmado com universidades e institutos federais. Ações em outras áreas, uma vez que a entrega de chaves do programa Minha Vivenda, Minha Vida, preferencialmente para mulheres, e o Cadastro Único do Bolsa Família, também foram citadas uma vez que medidas que influenciam na redução da vulnerabilidade feminina.
“Não há uma vez que atender as mulheres sem passar por todas as políticas públicas setoriais e intersetoriais”, Concluiu Márcia Lopes. O governo prepara agora o Projecto Vernáculo de Política para as Mulheres, com base em 60 propostas extraídas da V Conferência Vernáculo, realizada em seguida um pausa de dez anos.
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