CCJ Senado isenta armas e refrigerantes e modifica reforma tributária
A Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federalista aprovou, nesta quarta-feira (11), alterações ao Projeto de Lei 68/2024, que regulamenta a reforma tributária. Entre os principais pontos aprovados está a isenção para armas de queimação do Imposto Seletivo (IS), que incide sobre produtos nocivos à saúde ou ao meio envolvente. A medida foi aprovada por 16 votos em prol e 10 contra.
O líder do PL, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), justificou a eliminação das armas do imposto argumentando que os impostos atuais já são elevados e a inclusão do IS poderia resultar em preços “proibitivos” e constituir confiscos, o que representaria implica ser inconstitucional.
“Hoje a tributação de armas e munições já é tão subida que, se também for aplicado o Imposto Seletivo, esses preços se tornarão proibitivos. “Podem até constituir confisco, o que é inconstitucional e proibido pela nossa Constituição”, disse Bolsonaro.
Porém, o relator do projeto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), defendeu a inclusão de armas no SI porquê forma de evitar a redução da fardo tributária sobre esses produtos. “Esta não é uma posição ideológica. “Essa é a posição de quem só quer armas e munições para não ter redução da fardo tributária”, declarou Braga.
Bebidas açucaradas e comidas populares.
Outra diferença polémica foi a exclusão das bebidas açucaradas do IS, na sequência de um pedido do PSD. O senador Omar Aziz (PSD-MA) justificou a medida com base no supino consumo dessas bebidas entre a população de baixa renda.
“Tem açúcar na cesta básica. O açúcar é muito mais rebuçado do que qualquer outra bebida açucarada, não há incerteza disso. Quem gosta de garapa, chamado caldo de cana, no Nordeste terá que remunerar um imposto mais supino porque a garapa é açucarada. É verdade?”, Aziz questionou.
Braga, que inicialmente mantinha no seu relatório a tributação das bebidas açucaradas, decidiu votar em prol da isenção.
Grama mate e chuva mineral
A CCJ também aprovou a inclusão da erva-mate na cesta básica, isentando-a do Imposto sobre Valor Confederado (IVA). A emenda foi apresentada pelo senador Espiridião Amin (PP-SC) e acatada pelo relator.
“A erva-mate é um resultado muito consumido, principalmente no centro-sul do país, e sua inclusão na cesta básica é fundamental para beneficiar a população que a consome diariamente”, Amin destacou.
Outro destaque foi a redução de 60% na taxa de IVA aplicável à chuva mineral em recipientes até 10 litros. Amin argumentou que a medida é necessária para atender comunidades que não têm chegada à chuva potável.
Impactos na reforma tributária
As mudanças fazem segmento do texto que detalha a implementação da reforma tributária promulgada em 2023. O projeto estabelece três novos impostos sobre o consumo: a Tributo sobre Mercadorias e Serviços (CBS), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) e os Táxis Seletivos. ). O texto, que detalha as regras de cobrança de três novos impostos sobre o consumo, será analisado pelo plenário da Câmara na manhã desta quinta-feira (12).
O projeto, já legalizado pela Câmara dos Deputados, descreve as bases para a implantação do novo sistema tributário, que substituirá cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por dois novos tributos: a Tributo sobre Bens e Serviços . (CBS), de cultura federalista, e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), de responsabilidade estadual e municipal. Será também introduzido o Imposto Seletivo (IS), uma sobretaxa que incide sobre produtos nocivos à saúde ou ao envolvente.
O texto relatado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) traz alterações, porquê:
. Isenção de impostos para carnes e itens da cesta básica: Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves, entre outros produtos essenciais, terão alíquota zero.
. Imposto sobre o perversão: Sobretaxas serão aplicadas a itens porquê cigarros, bebidas alcoólicas e jogos de má sorte. Armas e munições foram excluídas desta lista depois votação na CCJ.
. Reembolso para famílias de baixa renda: O projeto propõe entregar segmento dos impostos às famílias mais vulneráveis.
. Transição gradual: O novo regime será implementado a partir de 2026, com um período experimental em que as alíquotas serão simuladas sem cobrança efetiva.
A estimativa inicial da taxa padrão do IBS e CBS, publicada pelo Ministério da Rancho, é de 27,97%. Porém, Eduardo Braga afirmou que as mudanças propostas no Senado devem aumentar a projeção em 0,13 ponto percentual, embora estime que a cobrança final será menor, aproximando-se de 26,5%.
Para técnicos do Tesouro e do Congresso, essa redução manteria a neutralidade da fardo tributária, evitando aumento da fardo tributária para os contribuintes.
. Benefícios fiscais no setor da saúde: Os medicamentos para doenças raras, cancro, IST e SIDA poderão ter taxa zero, assim porquê pensos higiénicos e medicamentos da Farmácia Popular.
. Impostos reduzidos para setores estratégicos: Produtos de higiene, materiais de limpeza e alguns mantimentos terão tarifas reduzidas.
. Imobiliário e turismo: Foram incluídos descontos específicos na tributação das operações imobiliárias e benefícios para o setor do turismo.
Próximas etapas
Se legalizado no plenário do Senado, o texto volta à Câmara dos Deputados para estudo final. Os deputados poderão admitir ou rejeitar as alterações feitas pelos senadores antes que o projeto chegue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que poderá vetar partes do texto.
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esperam concluir o processo de regulamentação antes do término de seus mandatos, em fevereiro de 2025.
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