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Demi Moore e os desafios enfrentados pelas mulheres que ousam envelhecer

Demi Moore e os desafios enfrentados pelas mulheres que ousam envelhecer

Demi Moore e os desafios enfrentados pelas mulheres que ousam envelhecer

O que poderia ser uma noite histórica acabou uma vez que uma reprise de um filme já ultrapassado. Na noite do último domingo (2), Hollywood mostrou que continua a perpetuar um ciclo que glorifica a juventude feminina enquanto descarta aquelas que ousam envelhecer.

Esse padrão, que há décadas molda a curso de atrizes, se repetiu quando Demi Moore perdeu a estatueta de Melhor Atriz para Mikey Madison, jovem estrela do longa Anora. A escolha reacendeu debates sobre o preconceito etário e a forma uma vez que a indústria trata suas estrelas femininas, e a vitória foi vista uma vez que uma surpresa. Mesmo com Madison já tendo vencido o BAFTA – considerado o “Oscar britânico”, Moore era apontada uma vez que a favorita da noite. Até mesmo Fernanda Torres, que concorria com elas, revelou em entrevista ao Jornal Pátrio, na véspera da premiação, que acreditava que o prêmio deveria ir para Demi Moore.

Não que Madison não merecesse lucrar, pelo contrário. Desde a estreia de Anora em Cannes, em maio de 2024, sua atuação vinha sendo amplamente elogiada, com razão, e desde portanto seu nome estava no páreo para levar o prêmio da Ateneu de Artes e Ciências Cinematográficas devido a sua incrível performance no longa do diretor Sean Baker, que também levou o Oscar de Melhor Filme, Roteiro, Direção e Montagem. Mas, a guião de Moore expôs mais uma vez a dificuldade que atrizes veteranas enfrentam para serem reconhecidas na indústria, mesmo entregando atuações surpreendentes.

Demi Moore, de 62 anos, foi celebrada por sua performance em A Substância, filme que mistura terror e ficção científica para abordar o “prazo de validade” imposto às mulheres na indústria do entretenimento. Dirigido por Coralie Fargeat, o longa já havia conquistado o Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2024 e rendido a Moore um Orbe de Ouro, além da indicação ao Oscar e diversos outros prêmios ao longo da temporada. No longa, Moore interpreta Elisabeth Sparkle, uma ex-estrela de cinema que vê sua curso desmoronar ao ser substituída por uma mulher mais jovem. A trama explora a preocupação pela juventude e os sacrifícios feitos para mantê-la, com Elisabeth ingerindo uma substância que a transforma em uma versão mais jovem de si mesma, interpretada por Margaret Qualley – que também merecia uma indicação a atriz coadjuvante, o que acabou não acontecendo. A narrativa, que mistura elementos de horror corporal e sátira social, reflete a verdade enfrentada por muitas mulheres em Hollywood.

A história de Elisabeth é marcada por sentimentos de conferência, solidão e autodestruição, que se intensificam à medida que sua versão jovem, Sue, começa a tomar o controle de sua vida. O filme não somente choca com as transformações físicas apresentadas – que incluisve rendeu a vitória na categoria de Melhor Cabelo e Maquiagem no Oscar – mas também com os pensamentos e medos mais íntimos da protagonista. “O monstro já estava lá desde o prelúdios”, sugere a narrativa, apontando para a pressão uniforme enfrentada pelas mulheres na indústria.

A guião de Demi Moore no Oscar não pode ser vista somente uma vez que uma questão de préstimo artístico, mas sim uma vez que um revérbero de um sistema que persiste em privilegiar a juventude em detrimento da maturidade feminina. Moore, que ao longo de sua curso enfrentou duras críticas, mormente por papéis uma vez que o de Striptease (1996), carrega o estigma de ter explorado sua sexualidade em cena – alguma coisa que, infelizmente, a indústria cinematográfica tende a punir severamente quando se trata de mulheres. Ao contrário, atores masculinos uma vez que Al Pacino e Robert De Niro, que desempenharam papéis também polêmicos, continuam sendo celebrados em Hollywood.

A vitória de Mikey Madison e a guião de Moore não somente alimentam o debate sobre a valorização da juventude na indústria, mas também levantam questões sobre o porvir das mulheres no cinema. Atrizes uma vez que Anya Taylor-Joy, Jenna Ortega e Zendaya são apresentadas uma vez que as promissoras estrelas da novidade geração, mas muitas vezes vistas uma vez que substitutas para as mulheres das gerações anteriores. A incerteza é saber até quando elas poderão manter esse lugar de destaque, apesar do talento indiscutível das atrizes citadas. A juventude em Hollywood não é uma oferta eterna e a pressão sobre essas atrizes para permanecerem relevantes é imensa. A indústria, infelizmente, parece não ter espaço para a longevidade de carreiras quando se trata de mulheres.

Demi Moore, apesar de não ter conquistado o Oscar, continua sendo uma figura importante no debate sobre a representação feminina em Hollywood. Sua performance em A Substância foi aclamada, e seu impacto na indústria continuará sendo discutido, uma prova de relevância e talento não se mede por prêmios ou estatuetas. A sua trajetória, marcada por altos e baixos, serve uma vez que um lembrete de que a maturidade não deve ser vista uma vez que um fardo, mas uma vez que uma riqueza que traz consigo a experiência e a complicação que a indústria cinematográfica frequentemente deixada de lado.

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