Imóvel onde foi filmado ‘Ainda Estou Cá’ será transformado na Lar do Cinema Brasílico
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou nesta segunda-feira (3) a compra do imóvel localizado na Urca, Zona Sul da cidade, onde foram realizadas as gravações do filme “Ainda Estou Cá”. A residência será transformada na Lar do Cinema Brasílico e sediará a RioFilme, empresa pública de fomento ao setor audiovisual. A decisão foi publicada em edição extra do Quotidiano Solene e tem porquê objetivo preservar a cultura cinematográfica vernáculo e estimular novas produções.
O decreto de utilidade pública do imóvel leva em consideração a relevância da obra de Marcelo Rubens Paiva, responsável do livro que inspirou o longa dirigido por Walter Salles. A adaptação cinematográfica, estrelada por Fernanda Torres, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional no domingo (2). A atriz, que também recebeu o Mundo de Ouro por sua atuação, concorreu à estatueta de Melhor Atriz na premiação da Ateneu de Hollywood.
“É uma reverência a todos aqueles que fazem Cultura em nosso país. O Oscar foi para o filme, mas todas as nossas manifestações culturais foram premiadas. E o nosso responsabilidade enquanto poder público é perpetuar a nossa memória, preservá-la e estimular para que novos “Ainda Estou Cá” sejam produzidos”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
O imóvel, construído em 1938, foi adequado para se assemelhar à residência da família Paiva nos anos 1970. Posteriormente as filmagens, passou por reformas e atualmente está à venda pelo valor de R$ 14 milhões. Segundo o decreto, além de ser um espaço de memória do cinema brasiliano, a Lar do Cinema Brasílico também abrigará exposições interativas sobre a trajetória do Brasil no Oscar e sediará a Rio Film Commission, órgão responsável por atrair produções cinematográficas ao município.
O investimento na preservação do cinema ocorre no mesmo momento em que a RioFilme anunciou um novo aporte ao setor. Em janeiro deste ano, a empresa liberou R$ 131 milhões para fomentar produções audiovisuais, sendo R$ 100 milhões provenientes do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), em parceria com a Sucursal Pátrio de Cinema (Ancine), para os editais de 2025. Outros R$ 31 milhões foram destinados a projetos aprovados para 2024.
Impacto de ‘Ainda Estou Cá’ no cinema vernáculo
A Secretaria de Regulação da Ancine divulgou dados sobre o impacto do filme no mercado de exibição. Desde sua estreia, “Ainda Estou Cá” alcançou 5 milhões de espectadores e arrecadou R$ 104,7 milhões, tornando-se a terceira maior bilheteria do cinema brasiliano desde 2018. O longa representou 32% do público de filmes nacionais em 2025, elevando a participação do cinema brasiliano no mercado para 30,1%. Sem o filme, a fatia cairia para 22,1%.
O desempenho de bilheteria foi impulsionado por premiações e festivais. Desde a estreia mundial no Festival de Veneza, onde venceu o prêmio de Melhor Roteiro, o longa teve uma trajetória crescente, com destaque para o Mundo de Ouro conquistado por Fernanda Torres. A vitória gerou um aumento de 57% na bilheteria na semana seguinte e 122% na subsequente. A indicação ao Oscar ampliou ainda mais o público, com um prolongamento de 89% na semana seguinte ao proclamação.
Na Semana do Cinema, em fevereiro, o longa registrou um aumento de 174% no número de espectadores, marcando a segunda melhor semana desde a estreia.
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