Ministério Público Eleitoral pede exoneração do prefeito e deputado de Afonso Cláudio
O Ministério Público Eleitoral (MPE) abriu investigação judicial contra o prefeito Afonso Cláudio, Luciano Roncetti Pimenta (PP), o vice-prefeito Steward Berger Schultz (PP), e Paulo Cezar Damm (PP), candidato a vereador substituto. A ação, ajuizada nesta segunda-feira (2), acusa os três de uso indevido de mídia e afronta de poder político e econômico durante o período eleitoral. O MPE pede ainda a inabilitação dos envolvidos por oito anos e a cassação de títulos e mandatos.
O diploma dos reeleitos para a prefeitura de Afonso Cláudio, município da Região Serrana do Espírito Santo, está marcado para o dia 19. Luciano Pimenta e Steward Schultz foram reeleitos para um segundo procuração, enquanto Paulo Damm, divulgado uma vez que. Paulim Damm, é o segundo substituto do Progresistas.
A ação eleitoral decorre de outro processo do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que acusa Luciano Pimenta e a secretária municipal de Meio Envolvente, Valéria Hollunder Klippel – primeira-dama da cidade – de improbidade administrativa. O caso refere-se à construção de uma ponte sobre a Lagoa do Regato, localizada na rodovia federalista BR-484/ES, no bairro de Serra Pelada. A obra foi realizada sem autorização do Departamento Pátrio de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e durante o período eleitoral.
Segundo o MPES, a obra, realizada com recursos próprios e sem licitação, utilizou estruturas provisórias para melhorar o trânsito no sítio. A Câmara Municipal afirma que a mediação foi necessária devido ao mau estado da ponte existente, que apresenta fissuras e só pode acomodar um veículo de cada vez. Porém, a novidade construção foi realizada em uma rodovia federalista, extensão de jurisdição do DNIT, que já havia licitado outra obra no mesmo sítio. As fundações desta novidade ponte definitiva estão em curso e sua entrega está prevista para abril de 2025.
O MPES aponta que:
. Nenhuma urgência foi demonstrada para trabalhos de emergência;
. O relatório da Resguardo Social foi divulgado um dia antes do início dos trabalhos;
. A secretária do Meio Envolvente, Valéria Klippel, autorizou mediação ambiental mesmo em extensão de preservação permanente (APP);
. Foram utilizados equipamentos particulares, gerando custos de R$ 14.764 à gestão.
O MPE sustenta que o trabalho foi utilizado para influenciar os eleitores durante a campanha. Segundo o promotor Carlos Furtado de Melo Fruto, a construção foi amplamente divulgada nas redes sociais, com elogios do prefeito e candidato Paulo Damm. Anexado à ação estava um vídeo de Damm divulgando a obra, que incluía imagens do sítio e o número de sua urna.
“O trabalho serviu para gerar uma percepção de eficiência e preocupação com as demandas históricas da população, mas com fins exclusivamente eleitorais”, disse o promotor. Ele destacou ainda que a empreitada do DNIT para a construção definitiva já havia sido iniciada antes da mediação municipal.
O que dizem as partes
A Câmara Municipal de Afonso Cláudio afirmou que a obra foi realizada em trecho coincidente com estradas municipais, e que a estrutura provisória não compromete a futura construção da ponte pelo DNIT. Ele afirmou ainda que a mediação é removível e pode ser reaproveitada em outros locais.
Por outro lado, o MPES argumenta que não existem “rodovias municipais coincidentes” na extensão e que o município não tem cultura para operar em rodovia federalista sem autorização prévia. O órgão também criticou a isenção da licença ambiental e afirmou que a obra pode suscitar danos estruturais e ambientais.
Além da ação eleitoral, o MPES pede a destituição cautelar da secretária Valéria Klippel por improbidade administrativa. Segundo a entidade, o sucesso da obra irregular foi provável graças aos cargos ocupados pela organização e pelo prefeito na gestão municipal.
Se forem considerados culpados, Luciano Pimenta, Steward Schultz e Paulo Damm poderão perder seus mandatos e permanecer inelegíveis por oito anos. O processo ainda está em estudo pela Justiça Eleitoral e pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
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