Pacientes recebem órgãos no RJ e descobrem que foram infectados pelo HIV
seis pacientes que estavam esperando em risco de transplante da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) testou positivo para HIV depois de receber órgãos contaminados. O caso, inédito no Brasil, está sendo investigado por diversas entidades.
O Ministério da Saúde, o Ministério Público do RJ (MPRJ), a Polícia Social e o Parecer Regional de Medicina acompanham a situação e investigam o ocorrido. Os órgãos contaminados vieram de dois doadores, cujos exames foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, contratado pela SES-RJ em dezembro de 2022.
Laboratório de emergência contratado
Segundo a secretaria, o erro ocorreu em dois testes realizados pelo laboratório privado, localizado em Novidade Iguaçu, na Baixada Fluminense. O laboratório foi contratado em caráter emergencial por R$ 11 milhões para realizar exames sorológicos em órgãos doados.
A invenção ocorreu depois que um paciente, que recebeu um coração no início deste ano, desenvolveu sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. As autoridades analisaram portanto o processo e descobriram que os testes serológicos originais, realizados pelo PCS Lab Saleme, estavam incorretos. Foi realizado um contrateste que confirmou a contaminação.
Resultados de exames podem ter sido falsificados
Dois outros receptores de órgãos também testaram positivo, enquanto um paciente que recebeu uma córnea não tinha o vírus. A Anvisa constatou graves irregularidades laboratoriais, entre elas a pouquidade de kits de exames de sangue. A suspeita é que os resultados tenham sido falsificados.
O Ministério Público do RJ ouve as famílias atingidas e investiga possíveis falhas no processo de transplante. A Secretaria de Estado de Saúde transferiu todos os exames sorológicos para o Hemorio a partir do dia 13 de setembro, garantindo maior segurança nos procedimentos. Outrossim, será realizada uma revisão do material de 286 doadores, buscando evitar novos erros no horizonte.
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