PF conclui que Bolsonaro sabia de projecto para matar Lula; relatório será enviado ao STF

Relatório da Polícia Federalista (PF), que deve ser entregue hoje ao Supremo Tribunal Federalista (STF), conclui que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” de um planeja trucidar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo a investigação, o objetivo era promover um golpe de Estado e manter Bolsonaro no poder.

O documento aponta o indiciamento de Bolsonaro e de aproximadamente 40 pessoas, entre ex-ministros, militares e assessores presidenciais, por crimes uma vez que tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e supressão violenta do Estado Democrático de Recta.

Acusações e operação de contragolpe
Entre os citados estão os ex-ministros Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Resguardo), além de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. A investigação também inclui a participação de militares e civis nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e nos planos descobertos para trucidar líderes políticos.

O relatório não inclui pedidos de prisão imediata, mas deverá ser complementado à medida que avançam as investigações decorrentes da Operação Contragolpe, lançada esta semana. Segundo fontes da PF, o relatório final é “muito muito fundamentado” e deve trazer notícias convincentes.

Enunciação de Mauro Cid
O prova do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro, foi decisivo para a peroração da investigação. Ele será ouvido novamente pelo ministro Alexandre de Moraes, em audiência marcada para hoje, para esclarecer se continuará colaborando com as investigações ou se, uma vez que aponta a PF, está ocultando informações.

Nos bastidores, os aliados de Bolsonaro estão preocupados com a possibilidade de Mauro Cid fornecer novas revelações. Segundo fontes, há expectativa de que ele apresente detalhes adicionais do projecto golpista, o que intensifica o clima de tensão entre os apoiadores de Bolsonaro.

Em público, os aliados de Bolsonaro afirmam que “ele não tem zero a temer”. No entanto, o indiciamento iminente e a expectativa de novos desenvolvimentos na investigação geram consumição nos bastidores. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, receberá o relatório e deverá deliberar se apresenta denúncia ao STF ou solicita novas medidas.

“A tentativa de envenenar a mim e a Alckmin não funcionou”, diz Lula
O presidente Lula falou sobre o caso em evento no Palácio do Planalto, onde apresentou um quadro do programa de concessões rodoviárias. “Sou um rostro que tenho que agradecer agora, muito mais, porque estou vivo. A tentativa de envenenar a mim e ao Alckmin não funcionou, cá estamos.”disse o PT, em tom irônico.

Sem referir nomes diretamente, Lula afirmou que quer fechar seu procuração demonstrando resultados concretos. “Não quero envenenar ninguém. Quero, no final do semestre, medir quem construiu mais escolas, cuidou dos pobres e pagou o salário mínimo. “Isso é o que conta.” ele afirmou.