Projecto de realização de Lula, Alckmin e Moraes foi discutido em 2022 na moradia de Braga Netto, segundo investigação
A Polícia Federalista (PF) revelou, nesta terça-feira (19), detalhes de um projecto desenvolvido em novembro de 2022 para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. do Supremo Tribunal Federalista (STF). Segundo as investigações, o projecto foi discutido no dia 12 de novembro na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL). A reunião contou com a presença de soldados e membros das forças especiais do Tropa, conhecidos uma vez que “crianças negras”.
Segundo a investigação de Andreia Sadi, do g1 e da GloboNews, o general Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro e atualmente colaborador da Justiça, confirmou o encontro e os planos. A informação foi corroborada por materiais apreendidos ao brigadeiro-general Mário Fernandes, represado na operação iniciada esta manhã.
Relatório da PF revela projecto de ataque
Relatório divulgado pela PF afirma que a organização criminosa envolvia militares e um policial federalista, e pretendia incitar um golpe de Estado, utilizando fake news sobre as eleições de 2022 e ataques a figuras do STF e do Tribunal Superior Eleitoral ( EET). .
O projecto de assassínio de Lula, Alckmin e Moraes foi detalhado em um documento denominado “Punhal Virente e Amarelo”, que foi impresso pelo general da suplente Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia 9 de novembro de 2022, e levado ao Palácio da Alvorada , residência solene da Presidência da República. Naquela estação, Jair Bolsonaro (PL) ainda era presidente e Lula havia vencido as eleições poucos dias antes. Segundo a PF, a data de sentimento do documento, muito uma vez que a menção a detalhes do projecto, indicam que o ataque foi orquestrado no contexto de um clima de radicalização política.
O projecto, segundo a reportagem, envolvia o uso de produtos químicos ou intoxicação uma vez que forma de executar Lula, considerando sua vulnerabilidade de saúde. Outrossim, o grupo também planejou o sequestro ou assassínio de Alexandre de Moraes, com ataques já previstos para 15 de dezembro de 2022, três dias em seguida a entrega do diploma de Lula. O documento fala em “danos colaterais transitáveis e aceitáveis”, incluindo a morte da equipe de segurança de Moraes, se necessário. O ataque foi planejado para ocorrer com o uso de armas letais e até artefatos explosivos.
O relatório da PF detalha ainda uma vez que a organização criminosa tentou produzir um envolvente propício à radicalização, incitando a população de direita a resistir ao resultado das eleições de 2022 e a agir em frente aos quartéis. A organização utilizou a milícia do dedo para espalhar notícias falsas sobre fraudes eleitorais e ataques contra as instituições responsáveis pela justiça eleitoral e pela integridade das urnas. A PF destaca que essas ações contribuíram para o clima de instabilidade política que culminou no incidente de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram os prédios dos Três Poderes, e no atentado bombista ocorrido em 13 de novembro de 2024.
Segundo a PF, o major Rafael Martins de Oliveira, um dos envolvidos, enviou em seguida a reunião um documento intitulado Despensa do Mundo 2022, que detalha a logística e o orçamento necessários para a realização do projecto. As ações incluíram o monitoramento de Moraes, que também seria assassinado, e as execuções de Lula e Alckmin, marcadas para 15 de dezembro de 2022, três dias em seguida a enunciação do bilhete premiado.
As detenções efetuadas esta terça-feira afetaram cinco suspeitos:
General da Suplente Mário Fernandes, ex-membro da Secretaria-Universal da Presidência;
Major Rafael Martins de Oliveira;
Tenente Coronel Hélio Ferreira Lima, perito em operações especiais;
o policial federalista Wladimir Matos Soares;
Diretor Rodrigo Bezerra Azevedo, também ligado a operações especiais.
Todos os detidos têm um historial de trabalho em unidades de escol das forças de segurança e são acusados de planear ações clandestinas para impedir a posse do presidente eleito.
Conexões com outras ações golpistas
A investigação mostrou que os mesmos grupos envolvidos no projecto de assassínio também participaram de outras ações golpistas, uma vez que a tentativa de explosão de um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, e a organização dos eventos em 8 de janeiro de 2023, que resultaram na Invasão da sede dos Três Poderes.
Segundo Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Informação Social da Presidência, as conclusões evidenciam a seriedade das intenções de figuras do núcleo do governo Bolsonaro. “Estamos falando de uma ação concreta, objetiva, que traz elementos novos e gravíssimos em relação à participação de pessoas do núcleo de poder do governo Bolsonaro no golpe que tentaram dar no Brasil”, declarou o ministro durante coletiva de prensa no Rio de Janeiro, onde participava do programa do G20.
Pimenta destacou ainda a valimento da operação para esclarecer a participação de militares e agentes ligados às forças especiais. “Esses coronéis são de uma dimensão muito sensível do Tropa Brasílio, as operações especiais. “Esta investigação deve ser realizada ao sumo para que todos aqueles que atacaram a democracia sejam identificados e punidos.”
Anistia e impunidade em debate
O ministro rejeitou a possibilidade de anistia aos envolvidos nos acontecimentos golpistas. “A sociedade precisa definitivamente de compreender que um delito contra a democracia é um tanto que não pode ser tolerado. “Não podemos falar em anistia e impunidade”, Pimenta disse.
Segundo ele, o planejamento detalhado e os personagens envolvidos demonstram que os acontecimentos de 8 de janeiro não foram manifestações pacíficas, mas sim secção de um movimento coordenado para tentar um golpe de Estado.
Braga Netto no núcleo das investigações
A PF apontou o general Walter Braga Netto uma vez que uma das figuras centrais nas investigações da trama golpista. Braga Netto, ex-ministro da Resguardo e ex-ministro-chefe da Morada Social durante o governo Bolsonaro, foi o candidato a vice-presidente na reeleição derrotada em 2022. Os investigadores consideram improvável que ele escape da criminação na investigação em curso.
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