Surto em hospital de Vitória fecha meio cirúrgico e mobiliza Ministério da Saúde
Um dos três centros cirúrgicos do Hospital Santa Rita, em Vitória, foi fechado posteriormente um surto de contaminação atingir 33 funcionários da unidade, conforme informou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) do Espírito Santo nesta segunda-feira (27). O hospital, referência no tratamento do cancro, também investiga 12 casos suspeitos envolvendo acompanhantes de pacientes internados em enfermarias da Grande Vitória. Técnicos do Ministério da Saúde estão na capital para ajudar a identificar a desculpa da contaminação, que, segundo a coordenação do hospital, não é transmitida de pessoa para pessoa.
A enfermaria de internação contaminada é aquela que realiza procedimentos oncológicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e possui tapume de 40 leitos. Segundo o secretário estadual de saúde, Tyago Hoffmann, o meio cirúrgico fechado por sobreaviso é aquele localizado próximo a esse setor. Os outros dois centros cirúrgicos do hospital continuam funcionando normalmente.
Ministério da Saúde monitora investigação
Dois técnicos do Ministério da Saúde estão em Vitória e acompanham o caso em uma sala de situação montada no hospital. A Sesa informou que a medida é considerada “prática” em situações de contaminação hospitalar.
As causas da infecção ainda não foram identificadas. A principal hipótese levantada pelas autoridades sanitárias é que a contaminação possa ser causada por bactérias ou fungos, originados de falhas nos sistemas de chuva ou ar condicionado.
A coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar de Santa Rita, Carolina Salume, afirmou que o agente infeccioso está restrito ao envolvente hospitalar.
“A doença é restrita, não há risco para a população do entorno do hospital. Todos os casos são de funcionários e acompanhantes que estiveram neste setor. Não acreditamos que seja um agente novo, é um agente publicado, mas que ainda não conseguimos ordenar. Foram coletadas amostras, tanto no envolvente quanto nos pacientes, mas ainda não foram liberadas, é um processo que leva tempo”, Salume disse.
Situação dos infectados
Até a manhã desta segunda-feira (27), o balanço da Sesa apontava 33 funcionários com infecção confirmada. Desse totalidade, seis permanecem internados, sendo três em enfermaria e três em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dois funcionários foram demitidos no domingo. Além dos funcionários, 12 acompanhantes que estavam no hospital estão sendo investigados uma vez que casos suspeitos e estão internados em enfermarias.
O hospital reforçou que nenhum paciente com cancro foi infectado. Também não há registro de familiares de profissionais de saúde infectados. A Sesa informou que abrirá investigação para apurar a responsabilidade do hospital no caso e que publicará boletim quotidiano para atualizar os números.
Cronologia e sintomas
Segundo o hospital, os casos começaram a ser notificados por funcionários do setor de oncologia. Os primeiros sintomas surgiram no dia 13 de outubro, incluindo febre, dor de cabeça, dores no corpo e mal-estar, e foram inicialmente tratados uma vez que um vírus ou doença semelhante à gripe.
Entre os dias 17 e 19 de outubro, os sintomas evoluíram para dores no peito, levando os funcionários a procurarem o hospital. Ao realizar exames de imagem, a unidade percebeu semelhanças entre os padrões tomográficos, o que ativou o alerta para surto atípico.
Desde logo, a unidade isolou funcionários infectados, realizou processo de limpeza na enfermaria afetada e transferiu pacientes imunocomprometidos para outro setor. O hospital informou que não admite novos pacientes na enfermaria desde 22 de outubro.
Estudo e protocolos de segurança
O Laboratório Medial de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen/ES) e a Fiocruz estão realizando testes em amostras coletadas para identificar o agente ocasionador, analisando mais de 300 possíveis patógenos. A previsão é que os resultados sejam divulgados até o final da próxima semana.
Os testes já descartaram Covid-19, Influenza A e B e outros vírus respiratórios comuns. “Eliminamos a maior secção dos vírus, identificamos que não é Covid-19, nem Influenza A e B. Ainda estamos investigando, pode ter sido um pouco levado ao hospital, mas não há uma vez que concluir isso”, afirmou o secretário Tyago Hoffmann.
O Hospital Santa Rita continua operando os demais setores e informou que não houve cancelamentos de cirurgias ou procedimentos.
A Sesa divulgou neste domingo (26) nota técnica estabelecendo orientações para demais hospitais sobre procedimentos de prevenção e manejo de casos suspeitos. As medidas incluem evitar visitas a pacientes suspeitos, não movimentar pacientes desnecessariamente e substanciar a higiene das mãos entre profissionais, pacientes e acompanhantes. Unidades uma vez que Unimed Vitória e Vitória Apart, na Serra, informaram que reforçaram protocolos, incluindo a obrigatoriedade do uso de máscaras nas áreas de atendimento.
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