Objetivo do STF, pagamento de modificações de comissões aumentou quase 6.000% em relação a 2022
Uma das principais formas de deputados e senadores enviarem numerário para seus redutos eleitorais, as emendas da percentagem viram um aumento de 5.912% nos valores pagos em relação a 2022.
Dados do Siga Brasil, sistema do Senado com informações orçamentárias, indicam que o pagamento de valores da modalidade passou de R$ 136 milhões há dois anos para R$ 8,2 bilhões em 2024.
Os valores autorizados para a modalidade, embora não tenham sido efetivamente pagos, aumentaram 4.619% em relação a 2022. Segundo dados do Senado, os valores reservados para modificações de comissões passaram de R$ 329,4 milhões em 2022 para R$ 15,5 bilhões em 2024. Desse valor, R$ 8,2 bilhões já foram pagos.
O aumento coincide com o ano em que o Supremo Tribunal Federalista (STF) declarou inconstitucionais as modificações do relator, conhecidas uma vez que orçamento secreto. Por decisão do Tribunal, esta modalidade foi extinta no final de 2022.
O Supremo Tribunal está agora a indagar se, na prática, os parlamentares simplesmente substituíram o orçamento secreto por alterações da percentagem. Portanto, eles também passaram a ser claro da mesma investigação.
Novidade mostra
Na última quinta-feira (8), o ministro Flávio Dino deu prazo de 10 dias à Câmara e ao Senado para enviar informações sobre quem são os autores das emendas.
As emendas das comissões são indicadas pelas comissões do Congresso e devem ser orientadas pela dimensão temática da percentagem. Por exemplo, a Percentagem de Saúde atribui recursos ao sector da saúde.
Diferentemente de outras emendas, em que a solicitação de envio de recursos é indicada por cada parlamentar, as emendas de percentagem só podem ser solicitadas pelos presidentes das comissões permanentes do Congresso. Esta é uma das razões pelas quais os parlamentares procuram presidências colegiadas.
Em teoria, as nomeações devem ser aprovadas pelos membros do comitê, e não exclusivamente pelo presidente. Mas, na prática, o que vemos é que líderes e membros seniores do Congresso influenciam a alocação de recursos em nome de outros parlamentares.
A estratégia não deixa vestígios do parlamentar que efetivamente apresentou a nomeação, já que na maioria das vezes aparece exclusivamente o nome da percentagem responsável. Portanto, esta modalidade é comparada ao orçamento secreto.
Domínio PT
Na disputa pela presidência das comissões da Câmara e do Senado, o PT conseguiu assumir o controle de duas das principais comissões de emendas.
O partido do presidente Lula é responsável pela Percentagem de Saúde da Câmara e pela Percentagem de Assuntos Sociais do Senado. Ambos são campeões no pagamento de emendas em 2024:
- Percentagem de Saúde: R$ 5,5 bilhões pagos;
- Percentagem de Assuntos Sociais: R$ 1,15 bilhão pagos.
O valor representa 81% das comissões de modificação pagas neste ano. A Percentagem de Saúde é presidida pelo Deputado Dr. Francisco (PT-PI) e a Percentagem de Assuntos Sociais pelo Senador Humberto Costa (PT-PE).
Assim uma vez que acontece com outras comissões, não é verosímil identificar quais deputados e senadores são os autores das emendas que levaram ao pagamento multimilionário de recursos a pedido das comissões.
Duas ações no Supremo Tribunal
As alterações da Percentagem são diferentes das alterações do Pix, embora ambas as modalidades estejam sujeitas às decisões do ministro Flávio Dino.
No caso das emendas de percentagem, o tema é tratado na mesma ação que trata do orçamento secreto. Entre as determinações do ministro está que Ministérios, Câmara e Senado entreguem ao STF todos os ofícios relativos a “indicações” ou “priorização dos autores” das emendas da percentagem.
As emendas Pix – espécie de emenda individual em que o parlamentar pode indicar o recurso diretamente aos municípios, sem apresentar convenção ou justificativa – estão em outra ação no Supremo. Nesse caso, o responsável da mudança é publicado, mas a falta de transparência está na forma uma vez que o recurso é executado.
Oficialmente chamadas de “emendas especiais de transferência”, elas ganharam o sobrenome de “emenda Pix”, já que os prefeitos podem fazer o que quiserem com os recursos.
Se as alterações das comissões interessam mais à direção do Congresso, que tem influência para fazer nomeações nos órgãos colegiados, as alterações do Pix interessam aos deputados do “plebeu clero”, uma vez que todos têm o recta à mesma quantidade de recursos.
No mesmo dia, o ministro Flávio Dino tomou decisões sobre as duas ações dos dois tipos de emendas: Pix e emendas de percentagem.
Em ambos os casos, estabelece prazo para a Controladoria-Universal da União (CGU) realizar auditorias nos repasses e exige que o pagamento desses recursos só seja feito posteriormente o atendimento de determinados requisitos de transparência.
Para evitar as decisões do Supremo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças partidárias debatem mudanças uma vez que forma de manter as disposições.
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