STF inicia julgamento de recurso que define porvir da prisão de Bolsonaro
A Primeira Câmara do Supremo Tribunal Federalista (STF) iniciou nesta sexta-feira (7), em Brasília, o julgamento dos recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras seis pessoas condenadas na ação penal relacionada à tentativa de golpe. O julgamento acontece em formato virtual, a partir das 11h, e o prazo para os ministros registrarem seus votos no sistema eletrônico termina às 23h59. próxima sexta-feira (14). A estudo dos recursos aproxima o início da pena privativa de liberdade do ex-presidente, que atualmente cumpre prisão domiciliar.
O primeiro a votar é o relator, ministro Alexandre de Moraes. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino também poderão votar. Segundo dois ministros ouvidos pela Folha, a expectativa é que os votos sejam apresentados rapidamente e que o resultado seja unânime contra o apelo de Bolsonaro.
O ministro Luiz Fux não deveria participar. Ele passou para a Segunda Turma do Tribunal no mês pretérito, posteriormente ser o único a votar em prol da perdão de Bolsonaro no julgamento de setembro. Com isso, quatro ministros julgarão os recursos.
O teste e próximas etapas
Os ministros analisam os chamados embargos de justificação, espécie de recurso que visa mostrar e esclarecer supostas omissões, contradições ou obscuridades na decisão final do julgamento. Esse tipo de recurso não tem o poder de modificar o resultado (pena ou perdão), mas pode, em tese, levantar dúvidas sobre a pena ou uma provável redução da pena.
No recurso, a resguardo de Bolsonaro alega que os ministros foram imprecisos e omissos, elencando oito pontos que, segundo os advogados, prejudicaram o processo. Uma das teses centrais é que o ex-presidente teria renunciado voluntariamente à realização de golpe de Estado no final de 2022, citando o voto dissidente de Fux uma vez que confirmação da “plausibilidade dogmática da tese defensiva”.
Posteriormente essa temporada, as defesas ainda pretendem apresentar argumentos ilícitos, o que poderá re-argumentar o préstimo da pena. Porém, o que o STF entende é que esse recurso só cabe quando houver pelo menos dois votos em prol do réu, o que não aconteceu. Com isso, Moraes poderá rejeitar individualmente as apreensões infratoras.
Há incerteza sobre o momento exato em que a frase começa. Desde o julgamento do Mensalão, o STF aplicou o entendimento de que o processo termina posteriormente o indeferimento do segundo recurso da resguardo, que pode levar a sentença definitiva até janeiro. Os aliados políticos de Bolsonaro, porém, acreditam que Moraes poderia preceituar o termo do processo e o início da prisão imediatamente posteriormente a repudiação desses primeiros embargos.
Incerteza sobre o sítio de prisão
Se os recursos forem rejeitados, poderá ser ordenada a prisão privativa de liberdade. A decisão final sobre onde Bolsonaro e os demais condenados cumprirão suas penas cabe a Alexandre de Moraes.
As opções analisadas para o ex-presidente incluem o Multíplice Penitenciário da Papuda, em Brasília, ou uma sala próprio na superintendência da Polícia Federalista, também na capital. A PF havia pronto uma cubículo improvisada com televisão, leito, geladeira e banheiro, semelhante à ocupada pelo presidente Lula em Curitiba.
A resguardo de Bolsonaro, por sua vez, pretende solicitar que ele seja mantido em prisão domiciliar, citando seus problemas de saúde, uma vez que cancro de pele e soluços. A resguardo pode usar uma vez que precedente o caso do ex-presidente Fernando Collor, que obteve o recta de satisfazer pena em morada por motivos de saúde, com tornozeleira eletrônica de monitoramento.
Ministros e oficiais generais do Supremo Tribunal dizem que uma prisão numa unidade militar não seria adequada, dada a possibilidade dos seus apoiantes se reunirem em áreas do Tropa, uma vez que aconteceu nos campos posteriormente as eleições de 2022.
Preparações de Papuda e reação GDF.
Na semana passada, a patrão de gabinete de Alexandre de Moraes, Cristina Kusahara, visitou o Multíplice Penitenciário da Papuda. A visitante, segundo disseram três pessoas ligadas ao sistema prisional à Folha, foi acompanhada pela juíza Leila Cury, titular do Tribunal de Execuções Penais (VEP) do Região Federalista.
A fiscalização se concentrou na PDF 1 (Penitenciária do Região Federalista número 1), unidade destinada a presos em regime de reclusão. Um dos locais visitados foi o Fox Block, que abriga presos vulneráveis e é considerada a superfície de segurança máxima da Papuda, com celas menos superlotadas e mais vigilância. O 19º Batalhão da Polícia Militar, espargido uma vez que “Papudinha”, onde o ex-ministro Anderson Torres estava recluso preventivamente, também foi fiscalizado.
A visitante alertou o Governo do Região Federalista (GDF). Na segunda-feira (3), o secretário de Governo Penitenciária de Brasília, Wenderson Souza e Teles, enviou uma missiva a Moraes solicitando que Bolsonaro passasse por uma avaliação médica “antes de sua prisão definitiva”. O objetivo foi julgar a compatibilidade do quadro galeno do ex-presidente com a assistência médica e nutricional disponível na Papuda.
Na quarta-feira (5), Moraes publicou despacho retirando a missiva do GDF da ação penal por “falta de relevância”. O ministro indicou que o pedido se refere à realização criminal, temporada ulterior ao julgamento dos recursos, e só deverá ser analisado quando o processo estiver concluído.
Saúde e rotina de Bolsonaro
Segundo aliados que estiveram com o ex-presidente nas últimas semanas, sua saúde e humor oscilaram. Ele está recluso em morada desde 4 de agosto. Bolsonaro ainda apresenta soluços, embora com menor frequência, mas tem conseguido falar e mantém uma rotina de sustento mais saudável e prática de exercícios físicos fora de sua residência.
Seu irmão, Renato Bolsonaro, que o visitou durante três dias, disse à Folha que o ex-presidente contava piadas, mas que sua “situação é muito delicada”. Segundo Renato, Bolsonaro teve soluços em um dos dias da visitante e está tomando “medicação contínua”.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que preside o PL Mulher, retomou as viagens nos finais de semana por crer que o marido “se sente mais ansioso”.
O clima em torno do ex-presidente é descrito uma vez que de desânimo e são esperadas reações tímidas de seus seguidores ao final do julgamento. A última vez que Bolsonaro foi ao hospital foi no dia 16 de setembro, quando ficou um dia internado por soluços, vômitos e pressão baixa.
Porquê convicções
O julgamento de setembro, realizado pela Primeira Turma, terminou com a pena de Bolsonaro e seus aliados. Confira as sanções definidas:
Jair Bolsonaro (ex-presidente): 27 anos e três meses;
Walter Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente): 26 anos;
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha): 24 anos;
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça): 24 anos;
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI): 21 anos;
Paulo Sérgio Nogueira (ex-Ministro da Resguardo): 19 anos;
Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin): 16 anos, um mês e 15 dias.
Ramagem, deputado federalista, teve segmento das acusações suspensas, especificamente as relacionadas aos fatos do dia 8 de janeiro (danos qualificados e deterioração de bens catalogados).
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro, assinou negócio de confissão de culpa durante as investigações e não recorreu da pena. Ele já cumpre pena em regime franco e não usa mais tornozeleira eletrônica.
Os demais condenados, entre eles militares e delegados da Polícia Federalista, poderão satisfazer pena em quartéis das Forças Armadas ou em alas especiais na própria Papuda, dependendo da decisão de Moraes.
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