Casos de dengue caem 78% no Espírito Santo, mas Ministério da Saúde segue alerta
O Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (3), a campanha vernáculo “Não dê chance à dengue, zika e chikungunya” e anunciou investimento de R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial no país. A mobilização ocorre apesar da redução de 75% nos casos prováveis de dengue no Brasil em 2025, e de 78% no Espírito Santo, com o objetivo de substanciar a prevenção antes do período de maior transmissão.
“Mesmo com essa melhora, não podemos decrescer a guarda. A dengue continua sendo a principal doença endêmica do país e o impacto das mudanças climáticas aumenta o risco de transmissão em regiões onde antes não existiam mosquitos”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Quadro da dengue no ES e no Brasil
O Espírito Santo apresenta redução significativa nos indicadores da doença neste ano. Até o momento, o estado registrou 32,5 milénio casos prováveis de dengue, uma queda de mais de 78% em relação aos 130,1 milénio casos notificados no mesmo período de 2024.
O número de mortes também caiu: o estado confirmou uma morte por dengue em 2025, enquanto em 2024 foram 41 registros.
Em nível vernáculo, o Brasil registrou 1,6 milhão de casos prováveis da doença, o que representa uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano pretérito. As mortes, que somam 1.600 em 2025, também apresentaram redução de 72% em relação a 2024.
Ações de prevenção e “Dia D”
Segundo o ministro, o trabalho de prevenção precisa debutar agora. Por isso, o Ministério da Saúde está mobilizando gestores e população para o “Dia D da Dengue”, que será realizado neste sábado (8), com ações de conscientização em todo o país.
O ministério também divulgou o novo mapeamento entomológico, que identifica áreas de alerta e risco em mais de 3 milénio municípios.
A campanha vernáculo, com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, procura mobilizar a população e os profissionais de saúde para expulsar os criadouros, reforçando a responsabilidade coletiva.
Ao longo de 2025, o Ministério da Saúde apoiou o controle das arboviroses com a Força Vernáculo do SUS (FN-SUS), com capacidade para estribar a instalação de até 150 centros de hidratação. Foram distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação verbal, 1,3 milhão de exames laboratoriais, 1,2 milénio nebulizadores portáteis, além do fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas. Também foram instaladas 77,9 milénio Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL) em 26 municípios.
Investimento em novas tecnologias
Os R$ 183,5 milhões anunciados serão destinados à expansão das tecnologias de controle vetorial. O foco é expandir o método Wolbachia, atualmente presente em 12 municípios, para mais 70 cidades, 13 delas em 2025.
O método utiliza mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia, que bloqueia o desenvolvimento do vírus dentro do Aedes aegypti, evitando sua transmissão. Niterói (RJ), primeira cidade a ter 100% de seu território vestido por tecnologia, registrou redução de 89% nos casos de dengue e de 60% nos casos de chikungunya.
O investimento também ampliará o uso de Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica de insetos estéreis e a pulverização residual intradomiciliar, com emprego de inseticida de longa duração no interno das residências.
Recentemente, foi inaugurada em Curitiba (PR) a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade de produção de 100 milhões de ovos por semana.
Avanços na vacinação
Em outubro, o ministro Alexandre Padilha visitou a China para fortalecer a parceria com a empresa WuXi Biologics. O consonância permitirá a produção em larga graduação da vacina contra dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, com capacidade estimada de 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026.
A expectativa é que a Anvisa conceda o registro da vacina, 100% brasileira, até o final deste ano.
A vacinação contra a dengue começou no Brasil em 2024, sendo o primeiro país a oferecer a vacina no sistema público de saúde. A campanha prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de 2.752 municípios de maior risco. Até outubro de 2025, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, e outras 9 milhões estão previstas para 2026.
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