“Tendência” nas redes sociais, raspar os cílios pode motivar lesões oculares

Uma novidade tendência nas redes sociais, mormente no TikTok, mostra homens raspando completamente os cílios porquê um suposto símbolo de masculinidade. A prática, que ganhou repercussão em países porquê Estados Unidos e Reino Uno e alcançou milhares de visualizações, agora começa a circundar também entre os jovens brasileiros e preocupa especialistas em saúde ocular.

O ato pode parecer inofensivo, mas acarreta uma série de riscos. “As pestanas não ficam unicamente à volta dos olhos por razões estéticas, elas desempenham funções essenciais para a proteção e bom funcionamento da superfície ocular”destaca o oftalmologista Lucas Zago Ribeiro, do Hospital Einstein Israelita, em Goiânia.

Esses pequenos fios atuam porquê barreira física contra poeira, sujeira e microorganismos, além de facilitar na filtragem do ar e da radiação ultravioleta. Eles também são altamente sensíveis e acionam o revérbero de piscar quando detectam alguma coisa se aproximando. Eles também ajudam a reduzir a evaporação das lágrimas e a prevenir o ressecamento dos olhos.

Ao removê-los desnecessariamente, todos esses mecanismos de proteção ficam comprometidos. O principal risco súbito é a lesão de estruturas delicadas, porquê córnea e margem palpebral. “Usar lâminas ou objetos pontiagudos tão perto dos olhos também pode motivar lesões graves e dolorosas, com potencial para comprometer a visão”avisa Zago.

Além do risco de cortes, partículas dos próprios cílios podem desabar na superfície ocular durante a raspagem, causando irritação, inflamação ou infecção. A privação prolongada de pelos também aumenta a exposição à poeira, ao vento e a microrganismos, favorecendo a blefarite (inflamação das pálpebras), infecções recorrentes e olhos secos crônicos, que muitas vezes provocam sensação de areia, pruído e vermelhidão.

Cada olho tem entre 150 e 250 cílios, com prolongamento médio de quatro a dez semanas posteriormente o namoro. No entanto, traumas repetidos podem danificar as raízes do cabelo e motivar falhas permanentes. “Quando há dano direto na borda da pálpebra, o cílio pode permanecer mais fino, torto ou em menor quantidade”alerta o oftalmologista.

Outro problema geral é o desequilíbrio das glândulas palpebrais, responsáveis ​​pela produção da categoria oleosa das lágrimas e que ajudam a evitar que as lágrimas evaporem muito rapidamente. Quando a raspagem altera essa região, o olho fica mais sedento e exposto, o que pode intensificar o desconforto.

Se alguém já raspou os cílios, Zago recomenda permanecer sengo a sinais de irritação, queimação, inchaço, dor, vermelhidão ou secreção ocular. É fundamental procurar uma avaliação oftalmológica, pois o uso de colírios lubrificantes pode desapoquentar o desconforto. Somente um profissional poderá identificar se há infecção ou inflamação mais grave.

Embora ainda não existam estudos específicos sobre a raspagem estética dos cílios, a literatura médica já descreve situações em que eles são retirados por motivos terapêuticos, porquê nos casos de triquíase (prolongamento prepóstero dos cílios) ou distiquíase (prolongamento de fileiras extras). “Mesmo nestes casos, a remoção é feita sob comitiva médico e com técnicas especializadas. Fora deste contexto, o risco é desnecessário”enfatiza o oftalmologista do Einstein Goiânia.

Além dos impactos físicos, o médico labareda a atenção para o papel das redes sociais na disseminação desse tipo de comportamento. “Influenciadores com milhões de seguidores precisam ter consciência de que suas ações têm impacto. Quando promovem práticas sem embasamento científico, podem induzir comportamentos perigosos, principalmente entre adolescentes que repetem o que veem por curiosidade ou estética”avisa Lucas Zago.